Se não for em fevereiro, não se vota mais Previdência, afirma Maia
Em Washington, presidente da Câmara dos Deputados afirmou que encara votação "sem nenhum otimismo". Ministro Carlos Marun afirma que Rodrigo Maia talvez esteja sem informações suficientes no Exterior
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que encara “sem nenhum tipo de otimismo” a votação da reforma da Previdência e ressaltou que o dia 19 de fevereiro é o prazo limite para sua aprovação neste ano. “Se você não conseguir votar em fevereiro, você não conseguirá votar mais”, disse ontem, em Washington.
A jornalistas, durante encontro na Câmara de Comércio Brasil-EUA, Maia negou que tenha sido pessimista em sua avaliação. “Eu não posso ir para nenhum ambiente no Brasil ou no Exterior e mentir. Já tem muito político mentiroso no Brasil, né? Acho que chega. Está na hora de a gente falar a verdade, e a reforma da Previdência não é uma votação simples”.
O parlamentar também acusou o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, de mentir sobre a reforma da Previdência. “O juiz Veloso está defendendo o seu interesse e usa o exemplo do trabalhador, do motorista de ônibus, para defender a manutenção dos seus benefícios, da aposentadoria acima de R$ 20 mil, de seus auxílios”, asseverou. Veloso tem defendido que a reforma da Previdência “vai ser nociva para o conjunto dos trabalhadores”.
Mobilização do Governo
Em resposta, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), minimizou as declarações de Maia (DEM-RJ). “O presidente Rodrigo — que é um dos baluartes desse processo de aprovação da reforma — talvez, nesses dias que se ausentou do País, não esteja com as informações suficientes que nós temos”, avaliou Marun, que participou de um almoço com lideranças empresariais na sede da Fiesp, em São Paulo. “Temos uma reunião na segunda-feira, quando o Rodrigo volta do Exterior, e tenho certeza que o seu otimismo retornará”, garantiu.
O encontro de Marun com empresários faz parte de uma ofensiva do Planalto para tentar aprovar a reforma da Previdência. O presidente Michel Temer quer intensificar a agenda de entrevistas e encontros com lideranças evangélicas nas semanas de recesso parlamentar que restam. Ontem, pela manhã, ele recebeu o apresentador Amaury Jr. no Palácio da Alvorada, para uma entrevista que vai ao ar no dia 27, e depois estará em São Paulo na quinta-feira gravar participações em programas do SBT. O peemedebista também se reuniu na segunda-feira com o pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Reino de Deus, e teve encontro ontem com o pastor José Wellington, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Paulo.
O presidente pediu ainda que ministros intensificassem o corpo a corpo com empresários. Depois da Fiesp, Marun, que esteve acompanhado nesta terça do secretário de Previdência Social, Marcelo Caetano, se reúne hoje com industriais mineiros na Fiemg e volta a São Paulo no domingo para mais um encontro com empresários.
Fonte: O POVO