Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 04/09/2013

Categoria

Ceará quer dobrar produção em 5 anos

04/09/2013.

 Programa estadual anunciado ontem pelo governador visa melhoria do padrão genético do gado, alimentação adequada e qualificação de técnicos. Ministro da Agricultura, em visita do Ceará, também anunciou plano federal

O Governo do Estado pretende dobrar a produção leiteira cearense em até cinco anos, uma meta anunciada pelo governador Cid Gomes na manhã de ontem. Ele deve contar com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que lançará programa de estímulo à produção leiteira no País segundo o titular da pasta Antônio Andrade. Ontem, no Centro de Eventos, o ministro entregou ao governador a certificação de que o Ceará é zona livre de febre aftosa.

Segundo o governador, as medidas para aumentar a produção no Estado começarão a ser implantadas já neste ano. “Hoje nós só conseguimos produzir metade do que a gente consome”. Conforme ele explica, a estratégia consiste em três eixos: melhoria do padrão genético do gado, qualificação da assistência técnica especializada e na melhoria da alimentação do rebanho. Para o melhoramento genético será incentivado o investimento em inseminação artificial, transferência de embriões, introdução de touros de melhor qualidade, e aquisição de matrizes (vacas).

Com relação à qualificação da assistência técnica, Cid disse que o Estado conta com um número de profissionais suficiente para essa cobertura. Mas que eles precisam de uma formação específica para que seja cumprida a meta de aumentar a produção. “Com melhorias na qualificação da assistência técnica eu acho que é muito razoável que o Ceará venha a se transformar num grande polo produtor de leite do Brasil”, diz.

Segundo o governador, foi acertado na semana passada o envio de 40 profissionais para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Minas Gerais, para que conheçam técnicas a serem disseminadas no Ceará. “Para a gente multiplicar isso e fazer um programa voltado especificamente para a capacitação da pecuária leiteira”.

O governador acredita que para o desenvolvimento da pecuária no Estado é preciso incentivar a atividade leiteira em vez da tradicional pecuária de corte, para que o Estado passe de importador a exportador de leite para o Brasil. “Como a gente tem sol o ano inteiro, a incidência de doenças nas vacas diminuem. Se você fizer ração, tiver irrigação e técnicas de fazer a silagem dessa ração, você pode ter, no ano inteiro, um nível de produtividade excelente”.

 

Faec

O programa de incentivo à produção leiteira no estado deve se chamar Leite Ceará, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya. Ele diz que o projeto está passando por ajustes técnicos da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).

“O leite é um item da mais alta importância. A atividade representa mais de 53% do valor bruto da produção agropecuária e envolve mais de 120 mil pessoas, com cerca de 83 mil estabelecimentos envolvidos. A atividade está no sangue do semiárido nordestino”, disse.

O reconhecimento do Ceará como zona livre de febre aftosa foi anunciado no último dia 19. A entrega da certificação foi realizada ontem na abertura do Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste).

 

Saiba mais

Leite mais caro

Conforme O POVO do último dia 28, produtores de leite do Ceará devem repassar ainda neste mês o aumento nos custos da produção, causado pela seca, para o consumidor.

A expectativa é que o leite fique 6% mais caro nos supermercados.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o preço do leite na Capital variou em 0,79% e o acumulado do ano ficou em 12,34%.

 

 

Fonte: O Povo