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Publicado em: 08/06/2016

SÃO PAULO: Servidores da Fazesp entregam nota de repúdio ao Secretário da Fazenda

Servidores da Escola Fazendária do Estado de São Paulo (Fazesp) se reuniram hoje (07/06) com o Secretário da Fazenda, Renato Villela, para a entrega de uma NOTA DE REPÚDIO (veja na íntegra abaixo).

De acordo com os servidores, o secretário não se sensibilizou e disse que vai entregar o prédio financiado com recursos carimbados do BID (PROFIS) para a Secretaria do Planejamento. Ele disse ainda que vai responder à nota.

Hoje, dia 08/06 (quarta-feira), às 12h, haverá um abraço simbólico contra o desvio da finalidade promovida pelo prédio da Fazesp. Será um abraço ao prédio da Rua do Carmo. Participe!

Veja a nota de repúdio:

 

NOTA DE REPÚDIO

Os servidores da Escola Fazendária do Estado de São Paulo manifestam, através desta nota, a mais absoluta repulsa quanto à frustração do retorno da FAZESP para seu edifício-sede.

Tendo ali operado desde agosto de 2002, retirando-se para possibilitar a realização de uma reforma – contratada num contexto de aperfeiçoamento da gestão de recursos humanos na área fazendária –, a Escola já se preparava para regressar e ter, à sua disposição, uma moderna infraestrutura voltada à melhoria no desempenho das atividades de capacitação. Entendia-se que a medida integrava uma estratégia mais ampla, de investimento no desenvolvimento técnico-profissional dos servidores da Secretaria da Fazenda e outros órgãos, assumindo um patamar de relevante importância no cenário do funcionalismo público estadual.

O descaso para com a figura da FAZESP revela um preocupante desprestígio do ideal modernizador, e dificulta o combate ao sucateamento da máquina administrativa. A subestimação da agenda educacional é, em grande medida, a responsável pela ineficiência do poder público, havendo que se garantir meios institucionais sólidos de tutela do conhecimento para que sejam atingidos padrões ótimos de qualidade no atendimento do interesse público.

Diante da situação, os quadros funcionais da FAZESP perdem fôlego ao sentirem que o brilho de seu trabalho esmaece perante seus superiores, e se ressentem da falta de reconhecimento pelos esforços empreendidos em nome da Secretaria da Fazenda e da sociedade, como um todo.

Grave, inclusive, a configuração jurídica do que está a ocorrer, pois os motivos autorizadores do gasto com a obra não encontram respaldo no mundo fático. Intriga constatar que um órgão esteja gozando os benefícios de um investimento vocacionado à satisfação de necessidades flagrantemente impertinentes a suas atribuições. É inimaginável, além disso, que recursos de um projeto fazendário destinado ao aprimoramento da capacitação fossem ser liberados caso se soubesse, desde o início, que atenderiam a conveniências alheias.

Ao fim e ao cabo, o presente documento veicula não apenas o sentimento de reprovação a um ato maculado pelo desvio de finalidade, mas também um clamor pelo respeito à instituição da Escola, aos seus funcionários, aos servidores do Estado de São Paulo, aos princípios constitucionais e administrativos, à educação como combustível da adequada prestação do serviço público.

Fonte: Afresp