PARA INDÚSTRIA - Custo médio de energia volta a subir no Ceará
29/11/2013.
Com o custo de R$ 283,28 MWh, a Coelce se coloca em 32º lugar entre as tarifas mais caras do Brasil
Depois de registrar queda de 22,8% entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano, por conta da desoneração fiscal do governo federal sobre o setor, o custo médio da energia elétrica para a indústria, no Ceará, voltou a subir. Ao longo dos 11 meses de 2013, o valor apresentou uma alta de 6,7%, passando de R$ 265,59 por megawatt/hora (MWh), em janeiro, para R$ 283,28, em novembro.
Os dados foram divulgados pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), por meio de um novo site que entrou no ar ontem e que trata sobre o custo da energia para a indústria brasileira (www.firjan.org.br/quantocusta). De acordo com o levantamento, na média brasileira, houve uma elevação ainda maior no custo da energia ao longo deste ano, chegando a 11,1%. Desta forma, o valor encontrado no Ceará para o atual mês fica abaixo da média nacional, que é de R$ 292,16 por MWh.
Em dezembro passado, o valor no Ceará alcançava os R$ 344,05 por MWh. De acordo com a Firjan, a queda foi devida à desoneração fiscal do governo federal e ao processo de renovação das concessões. Por outro lado, a volta do aumento desses custos foi provocada pelos reajustes das distribuidoras e o acionamento das térmicas. No caso da Companhia Energética do Ceará (Coelce), o reajuste deste ano foi de um aumento médio de 3,52%.
Com o custo de R$ 283,28, a Coelce se coloca 32º lugar entre as tarifas mais caras do Brasil. A pesquisa considerou todas as 63 distribuidoras brasileiras no mercado cativo, onde estão 94,4% das indústrias do país. O primeiro lugar neste ranking é ocupado pela Celtins, do Tocantins, que possui um valor de R$ 403,91. Já a energia mais barata é encontrada no Amapá, por R$ 71,37 o MWh, o que é quase 70% a menos que a média nacional. Contudo, ela é considerada um caso à parte, porque a distribuidora do estado passa por um processo de intervenção.
Impostos estaduais
De acordo com o presidente da Firjan, Gouvêa Vieira, é preciso que o custo da energia continue em discussão no país, especialmente pelos governos estaduais. "O peso dos impostos, em especial do ICMS, encarece muito a energia e a produção da indústria, dilapidando sua competitividade. O governo federal foi corajoso, demonstrou que é possível reduzir o custo deste insumo. Agora é a vez de os estados avançarem nesta questão", diz.
O estudo da Firjan ainda faz um comparativo internacional do custo de energia para a indústria. Entre os 28 países analisados pelo levantamento, o Brasil fica com 11º energia mais cara. Apesar disso, houve uma melhora no indicativo brasileiro, já que o país ocupava antes a quarta colocação nessa lista, avançando, portanto, sete posições. De toda forma, a tarifa média praticada por aqui está 8,6% acima da média internacional.
Índia é a mais cara
O Brasil está à frente da Índia (R$ 630,9 por MWh), que tem o custo mais alto no ranking, e também da Itália (R$ 500,5), Colômbia (R$ 376,9) e do Japão (R$ 292,9). Mas ainda aparece atrás do Chile (R$ 284,9), Uruguai (R$ 249,5), China (R$ 201,5), Estados Unidos (R$ 126,2), Canadá (R$ 114,1), país que tem uma matriz elétrica bem parecida com a do Brasil.
Sérgio de Sousa – Repórter
Fonte: Jornal Diário do Nordeste